Sábado de Carnaval

Gustavo Sampaio
2 min readOct 21, 2020

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The perks of being a bubuzinho.

E pensar que no dia 8 de fevereiro, eu acordei desmotivado. Não pouco desmotivado, mas tão desmotivado que meu planejamento era passar todo o fim de semana deitado, vendo vídeos antigos do Furo MTV.

Àquela altura, eu já tinha visto o oscarizado “Parasita” três vezes. E pensado, mais de uma vez, como se planejar pra tudo, antecipar dores, risos e sentimentos, acreditar que tudo sairá do mesmo jeito que nossos planos, é tudo fruto da nossa cabeça. E jamais será dessa forma.

Ainda bem.

Ainda bem porque foi justamente o improvável que me trouxe aqui, até esse texto. Sim. O desconhecido. A coragem também. A decisão de ter dado um passo e acertado em uma das coisas mais maravilhosas que já aconteceu na minha vida.

Nesse segundo sábado de fevereiro, antes de covid-19, antes de qualquer isolamento social (por pandemia, que fique claro), antes de qualquer ânsia por uma vacina urgente, estava lá eu decidindo se me manteria imóvel em um dos piores dias do ano — ou se dava um passo além e buscaria motivação.

Na busca por me divertir, encontrei mais que isso: conheci uma das pessoas que mais me divertiu em tantos anos e, em seu jeito simples, risonho e tranquilo, soube trazer conforto mútuo pra uma amizade que, até agora, conta com apenas um encontro presencial, um virtual e tantos áudios, gifs e stickers trocados diariamente.

Sarah Fróes é, sem sombra de dúvida, sinônimo de liberdade. Sinônimo de alguém que precisou, durante boa parte da sua vida, entender como e por quais formas se sentir livre. Conforme aprende, faz disso uma lição de vida pra si e pros que a rodeiam.

E a gratidão aqui é estar em todo este último ciclo da sua vida. A música indie, a ansiedade, a coragem, A Fazenda e, sobretudo, a amizade ganharam novos sentidos com a entrada desta bubuzinha na minha vida.

Quem diria que sair de casa num sábado chuvoso de fevereiro, com todas as metáforas possíveis sobre tempestade, poderia trazer o alento que a amizade desta futura mestra me traz. “É só mais um temporal/ […] Fecho o portão/
Vem espiar a noite desassombrar”, comenta Jeneci em “Temporal”.

Desassombrou. E ela chegou.

Festiva como um Carnaval. Não só num sábado, mas em qualquer dia.

Ainda bem.

Parabéns, Sarinha.

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